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sábado, 18 de abril de 2009

Doutor Faustus!!!!!!!!!!!!!!!!!! Critíca.

Amigos, leiam e divulguem!
Abaixo, a crítica de Afonso Gentil.
Abs,
Lenerson
http://aplausobrasil.ig.com.br/materias_e_criticas.html



Crítica: Doutor Faustus e Pereio incendeiam palco imagético
Afonso Gentil, especial para o Aplauso Brasil (afonsogentil@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO - Tentativas de experimentação multimídia têm pipocado pela cena contemporânea, com o uso capenga da fusão da palavra com projeções em vídeo e da música, deixando no espectador-cobaia a sensação frustrante de idéias mal elaboradas e sensações pouco digeridas. É compreensível que assim aconteça: fazer o teatro de idéias (estruturado basicamente na “palavra”) já é um sem fim de desafios para o ator; imagine-se esse ator espremido entre telões, som pesado eletrônico e toda uma parafernália injetada nos figurinos, no cenário surrealista/onírico, na iluminação herdada dos roqueiros. A própria Cia Nova de Teatro, ora em foco, em seus curtos oito anos de convivência com autores de postura anti-realista (Beckett e Heiner Muller, ambos várias vezes) deve ter progredido nessa experimentação multimídia – seu corpo e sua alma – a duras penas pela falta de estruturada técnica dos locais das suas exibições. Nós mesmos, confessamos, vimos Repertório Beckett 2, em 2003, num espaço improvisado no SESC Consolação, que nos afugentou e nos desestimulou pela precariedade técnica disponibilizada ao grupo. MAS, AGORA TUDO MUDOU. Aí surgiu Gertrude Stein , escritora que agitou a Paris do após 1a. Guerra Mundial, com idéias renovadoras da linguagem cênica, absorvidas por ela nas descobertas formais que caiam com a velocidade e impacto dos raios no campo das artes, indo os movimentos do desprezo pelo ainda jovem impressionismo ao culto esnobe do simbolismo, para, logo em seguida, ajoelharem-se todos à truculência do expressionismo, igualmente ao surrealismo, que, por sua vez, fez do dadaísmo – a negação da palavra como instrumento de comunicação entre os homens – hora do recreio. O teatro, ou seja, a instituição arte teatral, foi colhendo as “travessuras” intelectuais dos radicais de plantão e, muito espertamente, como de costume, agrupou tudo o que restou e lhe interessou no que veio a ser o espelho do teatro da 2a metade do século 20: o Teatro do Absurdo (Beckett, Ionesco e Camus à frente). Então, dizíamos, aí surgiu no caminho de Lenerson Polonini, Carina Casuscelli, Cristian Cancino e Wilson Surkovski, mais uma eficientíssima equipe de técnicos e talentosos atores, essa agitadora cultural Gertrudes Stein com sua verve de tão desencantada visão humanista, quanto caçoísta do transcendental. E o que estamos tendo a rara chance de usufruir neste DOUTOR FAUSTUS LIGA A LUZ é a fusão perfeita da perseguida cena multimídia, com a vantagem de mostrar – em bem elaborado vídeo projetado na tela – um Paulo César Peréio senhor absoluto do deboche existencial, num Mephisto saborosamente manhoso, que acaba conduzindo tudo à uma atmosfera lúdica, digna, supomos, do que Gertrudes queria expressar com os seus diálogos dadaístas. Doutor Faustus, na incendiária leitura multimídia da Cia Nova do Teatro, vem para provocar mil exegeses dos intelectuais e dos especialistas. Para nós, ficou como uma inteligente e bem executada opereta bufa para espíritos joviais.
DOUTOR FAUSTUS LIGA A LUZTeatro Anexo da Oficina Cultural Oswald de Andrade/50 lugares Rua Três Rios, 363, Bom Retiro próximo ao metrô Tiradentes. Telefones: 3221-5558 e 3222-2662 Segundas e Terças Feiras às 20 horas/ duração
Amigos, leiam e divulguem!
Abaixo, a crítica de Afonso Gentil.
Abs,
Lenerson
http://aplausobrasil.ig.com.br/materias_e_criticas.html



Crítica: Doutor Faustus e Pereio incendeiam palco imagético
Afonso Gentil, especial para o Aplauso Brasil (afonsogentil@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO - Tentativas de experimentação multimídia têm pipocado pela cena contemporânea, com o uso capenga da fusão da palavra com projeções em vídeo e da música, deixando no espectador-cobaia a sensação frustrante de idéias mal elaboradas e sensações pouco digeridas. É compreensível que assim aconteça: fazer o teatro de idéias (estruturado basicamente na “palavra”) já é um sem fim de desafios para o ator; imagine-se esse ator espremido entre telões, som pesado eletrônico e toda uma parafernália injetada nos figurinos, no cenário surrealista/onírico, na iluminação herdada dos roqueiros. A própria Cia Nova de Teatro, ora em foco, em seus curtos oito anos de convivência com autores de postura anti-realista (Beckett e Heiner Muller, ambos várias vezes) deve ter progredido nessa experimentação multimídia – seu corpo e sua alma – a duras penas pela falta de estruturada técnica dos locais das suas exibições. Nós mesmos, confessamos, vimos Repertório Beckett 2, em 2003, num espaço improvisado no SESC Consolação, que nos afugentou e nos desestimulou pela precariedade técnica disponibilizada ao grupo. MAS, AGORA TUDO MUDOU. Aí surgiu Gertrude Stein , escritora que agitou a Paris do após 1a. Guerra Mundial, com idéias renovadoras da linguagem cênica, absorvidas por ela nas descobertas formais que caiam com a velocidade e impacto dos raios no campo das artes, indo os movimentos do desprezo pelo ainda jovem impressionismo ao culto esnobe do simbolismo, para, logo em seguida, ajoelharem-se todos à truculência do expressionismo, igualmente ao surrealismo, que, por sua vez, fez do dadaísmo – a negação da palavra como instrumento de comunicação entre os homens – hora do recreio. O teatro, ou seja, a instituição arte teatral, foi colhendo as “travessuras” intelectuais dos radicais de plantão e, muito espertamente, como de costume, agrupou tudo o que restou e lhe interessou no que veio a ser o espelho do teatro da 2a metade do século 20: o Teatro do Absurdo (Beckett, Ionesco e Camus à frente). Então, dizíamos, aí surgiu no caminho de Lenerson Polonini, Carina Casuscelli, Cristian Cancino e Wilson Surkovski, mais uma eficientíssima equipe de técnicos e talentosos atores, essa agitadora cultural Gertrudes Stein com sua verve de tão desencantada visão humanista, quanto caçoísta do transcendental. E o que estamos tendo a rara chance de usufruir neste DOUTOR FAUSTUS LIGA A LUZ é a fusão perfeita da perseguida cena multimídia, com a vantagem de mostrar – em bem elaborado vídeo projetado na tela – um Paulo César Peréio senhor absoluto do deboche existencial, num Mephisto saborosamente manhoso, que acaba conduzindo tudo à uma atmosfera lúdica, digna, supomos, do que Gertrudes queria expressar com os seus diálogos dadaístas. Doutor Faustus, na incendiária leitura multimídia da Cia Nova do Teatro, vem para provocar mil exegeses dos intelectuais e dos especialistas. Para nós, ficou como uma inteligente e bem executada opereta bufa para espíritos joviais.
DOUTOR FAUSTUS LIGA A LUZTeatro Anexo da Oficina Cultural Oswald de Andrade/50 lugares Rua Três Rios, 363, Bom Retiro próximo ao metrô Tiradentes. Telefones: 3221-5558 e 3222-2662 Segundas e Terças Feiras às 20 horas/ duração

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